Com este gesto, tencionava-se manter firmemente em um lado da disputa que é atualizada quase que todos os dias, em todos os campos artísticos, o da apropriação cultural e, por que não, provocar um pouco. Ninguém iria privá-la de publicar histórias sobre isto mexicanos, de taiwan ou nigerianos, defendeu, e confiava que tudo isto de apropriação cultural fosse uma “moda passageira”.
E, em poucos minutos, rua redes sociais, aquele discurso tinha saído de antípodas e tinha chegado aos principais meios de intercomunicação internacionais. Primeiro o chapéu: no ano anterior, 2 alunos do Bowdoin College, em Maine (EUA), organizaram uma comemoração temática mexicana para um camarada. Bebeu tequila e distribuiu chapéus entre os membros. De modo interessada, claro, como faria cada um que queira obter um debate, a autora citava em seu discurso, alguns dos exemplos mais teoricamente risibles deste tipo de litígios e não os mais intrincados.
- O Caçador (tem nariz e cazará xD)
- 1 o Que é um texto descritivo
- Preços mais baixos (ao viajar, o comprador de um nação rico, com um mais necessitado)
- Três vestidos soltos, que lhes possa botar um cinto fino abaixo do busto
Na verdade, não há dia em que não surja uma polêmica que se possa enquadrar dentro deste debate, desse jeito que a discussão sobre a apropriação cultural, como o fogo olímpico, leva anos sem se desligar. Um dia é por causa de Marc Jacobs coloca dreadlocks afro-caribenhas as modelos brancas no seu desfile pela New York Fashion Week (Justin Bieber teve o mesmo problema). O próximo, visto que Miley Cyrus dança twerking, a dança que chegou ao Caribe preto do oeste da África, e depois visto que J. K. Rowling tira de clichês manidos a respeito as culturas nativas em teu livro Magic in North America.
Até de imediato, os temas do incêndio iam surgindo sobre isso tudo na moda, a música e o cinema, a espinhosa pergunta dos negócios. Jonathan Franzen admitiu pouco tempo atrás numa entrevista na revista Slate que não se sente autorizado a acrescentar protagonistas com tuas novelas. “É um pouco embaraçoso assumir -alegou – contudo eu não possuo diversos amigos negros. Nunca estive apaixonado por uma mulher negra. Se o tivesse sido, quem sabe, eu diria. Escrevo sobre isso personagens e eu tenho que amar o protagonista para escrevê-lo”.
Lionel Shriver sim que o fez em seu último romance, The Mandibles, que será publicado em Portugal em abril de 2017. Saiu ligeiramente escaldada e talvez essa queimação surgiu o polêmico discurso em Brisbane. “leva ao” apartheid “literário” e acrescenta: “você de fato desejamos forçar os escritores brancos a digitar histórias com 100% de personagens brancos? O que Representa isto para o mundo real, e supõe algum tipo de progresso? Não é isto o oposto do que os progressistas deveriam proteger?
o Teria mesmo existido esses projetos ou não tivessem conseguido financiamento? É muito especular, no entanto em 2016 é possível que sim, já que o questão é posto sobre o trans. Mas, há dez anos, categoricamente, não. Não existe um número finito de livros como não existe um número finito de vídeos ou séries, todavia também é deliberadamente ingênua que o mundo inteiro chega com as mesmas oportunidades no mercado editorial. Toda a tua atitude transpiraba irritação, no entanto para aqueles cujas identidades raciais, sociais e culturais nos marcaram como outros durante todas as nossas vidas, as suas frases foram como um tiro”. Em uma linha semelhante, o escritor anglobritánico Nikesh Shukla oferecia um transitório manual de instruções para escritores brancos sobre o assunto como digitar “o outro”: “Investiga.
Faça-o bem. Certifique-se de que uma pessoa, em outra comunidade lê-lo antes de comparecer ao poder editorial. Não se coloque pela defensiva no momento em que uma pessoa lhe diz que está mal. Não te escondas atrás das expressões ‘é ficção e eu posso fazer o que me der vontade’. Pergunte a si mesmo por que você está escrevendo esta história. Por que não há histórias lá fora, que contem essa realidade do ponto de vista desta comunidade”.